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"Desertos e Pântanos Alimentares": Mapeamento identifica áreas de difícil acesso à alimentos saudáveis

Ferramenta, lançada recentemente, não apenas identifica regiões chamadas de “desertos alimentares” e “pântanos alimentares,” mas também fornece subsídios para políticas públicas que possam identificar essas zonas e possibilitar um olhar mais estratégico para o planejamento de políticas de segurança alimentar.

Pessoas pousando para uma foto em um evento
Lançamento oficial do "Alimenta Cidades". Foto: Roberta Aline/ MDS

O Brasil enfrenta uma batalha constante contra a fome e a insegurança alimentar. Nesse contexto, a iniciativa “Alimenta Cidades” surge como uma plataforma estratégica e inovadora, buscando mapear e compreender as áreas de vulnerabilidade alimentar do país. Estima-se que mais de 64 milhões de brasileiros serão diretamente beneficiados com a implementação de estratégias planejadas a partir dos dados gerados pela plataforma.


Mapeamento e desenvolvimento do "Alimenta Cidades"


A plataforma foi criada com o objetivo de identificar e analisar desertos e pântanos alimentares — áreas onde a população tem acesso limitado a alimentos frescos, saudáveis e acessíveis. Os desertos alimentares são regiões onde há escassez de estabelecimentos que oferecem frutas, verduras, legumes e outros produtos in natura, essenciais para uma dieta balanceada. Já os pântanos alimentares são áreas onde há uma alta concentração de estabelecimentos que vendem alimentos ultraprocessados e de baixo valor nutricional, contribuindo para a má nutrição e doenças crônicas.

Tarja com logotipos do programa "Alimenta Cidades"
Plataforma prevê impactar cerca de 64 milhões de brasileiros. Fonte: gov.br

O mapeamento desses locais é fundamental, pois revela onde a população enfrenta barreiras para manter uma alimentação saudável. O Grupo de Políticas Públicas (GPP), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), vem desenvolvendo projetos de análise territorial, avaliação, proposição e monitoramento de políticas públicas voltadas à interface agricultura, meio ambiente e sociedade. Coordenado pelo Professor Durval Dourado Neto, Professor titular da Esalq/USP, o grupo atualizou, e incrementou com novos dados, o mapeamento de desertos alimentares, iniciado em 2018 pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan).

Homem falando em um pupito.
Coodernador Executivo do GPP - Rodrigo Maule - durante a apresentação do Mapeamento. Fotos: Roberta Aline/ MDS

Segundo a Agência Brasil, a plataforma "Alimenta Cidades" utiliza dados atualizados e técnicas avançadas para identificar essas zonas e possibilitar um olhar mais estratégico para o planejamento de políticas de segurança alimentar. Por meio dessas informações, é possível entender a distribuição geográfica da insegurança alimentar e mobilizar recursos para transformar essas realidades.


Impacto Social e Políticas de Segurança Alimentar


O “Alimenta Cidades” é mais que uma ferramenta digital; é um movimento que visa transformar o cenário da segurança alimentar no país. No segundo encontro da estratégia, realizado em outubro de 2024, foi anunciado que a iniciativa pretende beneficiar diretamente milhões de brasileiros, integrando ações com governos locais, estaduais e federal para fortalecer cadeias de produção e distribuição de alimentos saudáveis e acessíveis. A partir dos dados fornecidos pela plataforma, políticas mais assertivas e localizadas podem ser desenvolvidas para garantir que comunidades vulneráveis tenham acesso a alimentos de qualidade e a preços justos.


Um dos principais focos do projeto é o incentivo à produção e comercialização de produtos da agricultura familiar. A estratégia visa fortalecer a presença de alimentos frescos nas regiões mapeadas como desertos alimentares, além de promover parcerias entre produtores locais e estabelecimentos comerciais. Com isso, o programa estimula a economia local e contribui para que o acesso a alimentos saudáveis seja uma realidade para um número crescente de brasileiros.


Desafios e Perspectivas para o Futuro


Implementar ações efetivas em desertos e pântanos alimentares requer um esforço conjunto de diversas esferas do governo e da sociedade civil. Os desafios vão desde a infraestrutura para o escoamento da produção até a conscientização sobre os benefícios de uma alimentação saudável e equilibrada. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, uma das metas do programa é não apenas mitigar a insegurança alimentar, mas criar condições para que as famílias possam adotar hábitos alimentares sustentáveis a longo prazo.

fluxograma
Eixos que orientarão os programas e ações - Fonte: gov.br/mds

Com o uso da tecnologia para entender a geografia da fome no Brasil, a plataforma Alimenta Cidades tem o potencial de transformar a forma como o país encara e combate a insegurança alimentar. Espera-se que, com o desenvolvimento contínuo desse projeto, haja uma diminuição significativa dos desertos e pântanos alimentares no Brasil, tornando a alimentação saudável um direito acessível a todos.



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