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Macaúba: Biocombustível do Futuro Atrai Investimento Bilionário da Acelen

Atualizado: 6 de mar.

A Acelen Renováveis, subsidiária do fundo Mubadala Capital, aposta US$ 3 bilhões na produção de combustível sustentável para aviação.

Frutos da Macaúba
Fruto da Macaúba. Imagem: Neofeed.

A Acelen Renováveis, subsidiária do fundo Mubadala Capital, está investindo US$ 3 bilhões em um projeto inovador para a produção de biocombustíveis sustentáveis a partir da macaúba, uma palmeira nativa do Brasil com alto potencial energético e baixo consumo de água.


Com essa aposta, a empresa busca transformar o Brasil em um líder global na produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês), um substituto ecológico para o querosene de aviação tradicional. O SAF é uma das principais apostas da indústria para reduzir as emissões de carbono no setor aéreo, e a expectativa é de que esse mercado movimente US$ 400 bilhões por ano globalmente, sendo US$ 30 bilhões apenas no Brasil.


Produção Industrial de Óleo de Macaúba Começa no Brasil


A Acelen deu um passo importante ao realizar, pela primeira vez, a extração industrial de óleo de macaúba em fluxo contínuo em seu Acelen Agripark, um centro de inovação agroindustrial em Montes Claros (MG). Antes, esse processo estava restrito a experimentos laboratoriais, sem possibilidade de escalabilidade.


📌 Por que a macaúba é um game changer no setor de biocombustíveis?


Alta produtividade: Gera 2.500 litros de óleo por hectare, cinco vezes mais do que a soja, reduzindo a necessidade de grandes áreas cultiváveis.


Sustentabilidade: O plantio será feito exclusivamente em terras degradadas, respeitando normas internacionais que proíbem biocombustíveis ligados ao desmatamento.


Versatilidade: Pode ser utilizada tanto para Combustível Sustentável de Aviação (SAF) quanto para HVO (Óleo Vegetal Hidrotratado), uma alternativa renovável ao diesel.


Segundo Victor Barra, diretor de agronegócios da Acelen, a empresa desenvolveu tecnologias inéditas para extração contínua de óleo de macaúba, tornando viável sua produção industrial.


“Estamos na fase de comissionamento, testando os equipamentos para garantir máxima eficiência operacional”, afirma Barra.

Acelen Planeja Produzir 1 Bilhão de Litros de Óleo de Macaúba


A estratégia da Acelen é ambiciosa: produzir 1 bilhão de litros de óleo de macaúba em sua refinaria em Mataripe (BA), suprindo a crescente demanda global por combustíveis sustentáveis.

Plantação de Macaúba
Plantação de Macaúba. Imagem: Neofeed

Além disso, a empresa já iniciou o plantio das primeiras 85 mudas em seu Agripark, aproveitando a estação chuvosa. O centro terá capacidade para germinar 1,7 milhão de sementes por mês e produzir 10,5 milhões de mudas por ano, consolidando a produção em larga escala.


🔹 Investimento total no Acelen Agripark: R$ 314 milhões


🔹 Financiamento via BNDES: R$ 258 milhões


O Brasil tem uma vantagem competitiva única nesse setor. Com cerca de 40 milhões de hectares de terras degradadas, o país pode expandir a produção sem comprometer áreas de floresta, posicionando-se como líder global na bioenergia sustentável.


São Paulo Também Investe na Macaúba Como Biocombustível


A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo está incentivando o cultivo sustentável da macaúba como alternativa para recuperação de áreas degradadas e produção de biocombustíveis.


O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) iniciou pesquisas sobre a palmeira em 2006, e, em 2023, firmou uma parceria com a Acelen para capacitar pequenos e médios agricultores, tornando a produção acessível e viável economicamente.


"O objetivo é transformar São Paulo em um polo nacional na produção de óleos vegetais para biocombustíveis", afirmou um representante do IAC.

O Brasil Rumo à Liderança Global em Bioenergia


Com investimentos robustos e uma matéria-prima altamente produtiva, o Brasil está prestes a se tornar uma potência na produção de biocombustíveis sustentáveis. A aposta da Acelen na macaúba como querosene verde pode consolidar o país como referência na transição para uma economia de baixo carbono, beneficiando tanto o setor aéreo quanto o meio ambiente.


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