Pesquisadora da Embrapa é reconhecida pelo impacto de suas pesquisas na ciência e na agricultura brasileira

A pesquisadora Mariangela Hungria, referência mundial no desenvolvimento de bioinsumos agrícolas, foi uma das vencedoras do Prêmio Mulheres e Ciência na categoria Trajetória. A premiação, promovida pelo CNPq em parceria com o Ministério das Mulheres, o British Council e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, reconhece cientistas que impulsionam o avanço da pesquisa no Brasil.
A cerimônia de entrega acontecerá no dia 12 de março, na sede do CNPq, em Brasília (DF). Mariangela foi agraciada na área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, destacando-se por sua atuação no uso de biológicos na agricultura como alternativa sustentável aos fertilizantes químicos.
"Esse prêmio representa não apenas minha trajetória, mas o trabalho de toda uma equipe que, ao longo dos anos, contribuiu para o avanço da ciência no Brasil", comemora Mariangela.
Uma Trajetória de Impacto na Ciência
Com mais de 40 anos de carreira, Mariangela Hungria é uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento de tecnologias de inoculação e coinoculação da soja, que permitiram ao Brasil liderar o uso de fixação biológica do nitrogênio na agricultura. Essa inovação possibilita a substituição dos fertilizantes nitrogenados, gerando uma economia estimada de R$ 38 bilhões por safra.
📌 Principais contribuições científicas:
✅ Inoculação e coinoculação da soja: Aumentam a produtividade e eliminam a necessidade de fertilizantes nitrogenados.
✅ Rizóbios para feijão: Melhoram a fixação de nitrogênio na cultura.
✅ Azospirillum brasiliense para milho e trigo: Favorecem o crescimento e a resistência das plantas.
✅ Pesquisa com pastagens e braquiárias: Contribuem para a produção sustentável de forrageiras.
Além de sua atuação na Embrapa Soja, Mariangela é professora e orientadora em Microbiologia e Biotecnologia na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e em Bioinformática na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Também faz parte da Academia Brasileira de Ciências, da Ordem Nacional do Mérito Científico e de diversas sociedades científicas nacionais e internacionais.
"O CNPq sempre foi essencial para minha trajetória, viabilizando equipamentos e projetos que tornaram esse reconhecimento possível", afirma a cientista.
Mulheres na Ciência: Reconhecimento e Valorização
O Prêmio Mulheres e Ciência busca estimular a participação feminina na pesquisa científica, promovendo maior equidade de gênero no setor.
📌 Categorias e premiações:
🔹 Estímulo: Para cientistas com até 45 anos – Prêmio de R$ 20 mil + participação em congresso científico.
🔹 Trajetória: Para cientistas com 46 anos ou mais – R$ 40 mil + missão ao Reino Unido para debater políticas científicas.
🔹 Mérito Institucional: Destinado a universidades e institutos comprometidos com a inclusão de mulheres na ciência – R$ 50 mil para fomento de projetos.
Nesta edição, o prêmio recebeu 1.134 candidaturas, sendo 410 apenas na categoria Trajetória, na qual Mariangela foi uma das vencedoras.
Vencedoras do Prêmio Mulheres e Ciência 2024
🏆 Categoria Estímulo
Ciências da Vida: Mariana Emerenciano Cavalcanti de Sá (INCA)
Ciências Exatas e Engenharias: Patricia Takako Endo (UPE)
Ciências Humanas e Sociais: Marina Alves Amorim (FJP)
🏆 Categoria Trajetória
Ciências da Vida: Camila Cherem Ribas (INPA)
Ciências Exatas e Engenharias: Mariangela Hungria (Embrapa)
Ciências Humanas e Sociais: Debora Diniz Rodrigues (UnB)
O Legado de Mariangela Hungria

A premiação de Mariangela Hungria reforça o papel das mulheres na ciência e o impacto da pesquisa sustentável na agricultura. Com um histórico de contribuições que transformaram a produção agrícola brasileira, seu trabalho continua sendo referência no Brasil e no mundo.
🔬 Em 2020, foi listada entre os 100 mil cientistas mais influentes do mundo, segundo a Universidade de Stanford (EUA).
🏆 Em 2022, ocupou a 1ª posição no Brasil e foi a única cientista sul-americana no ranking mundial de Fitotecnia e Agronomia, do Research.com.
Com essa conquista, Mariangela não apenas recebe um reconhecimento pessoal, mas também fortalece o papel das mulheres na ciência, inspirando novas gerações de pesquisadoras.